Amor...

A ti,
Eu não peço...
Eu reçebo.

A ti,
Eu não dou...
Eu me ofereço.

Por ti,
Eu não vou...
Eu permaneço.

De ti,
Eu não espero...
Eu desejo.

És tu...

Tu estás no meu sonho,
Tu fazes o meu sonho.
Por ti versos componho,
A ti que és o meu sonho.
Tu que me chamas "meu amor"
Tu que comigo fazes amor
Tu que gemeste de dor
No nosso primeiro amor.

És tu...
Meu sonho...
Meu amor...

Se não estás comigo...

Se não estás comigo...
Por ti, o meu coração,
Bate descompassadamente.
São suores, são desejos,
São saudades dos teus beijos.
É sentir enorme solidão...
Estando rodeado de gente.
É tremer com um arrepio...
Logo num dia tão quente.
É sentir falta: do teu cheiro,
Ter-te a mim aconchegada,
Desse teu olhar brejeiro
E da tua pele perfumada.
É ter tudo e muito mais,
É sentir que nao tenho nada.

Vem...

Vem,
Não planeies a hora,
O amor vem de dentro,
E resulta se for a dois.
Ou acabará sem demora,
Se um se julga o centro.

Vem,
Rasga o calendário,
Não te rendas ao tempo,
Importa sentir,
Não queiras horário...
Vive de coração atento.

Vem,
Sente o amor e o desejo,
Não faças nada por favor,
Escuta-te a ti mesmo...
Não poupes nunca um beijo
E nem as frases de amor.

Vem,
Não ames, por imposição,
Nem para fazer o jeito.
Não há orgasmos fingidos,
Que segurem uma relação,
Se nao houver amor no peito.

Saudade

Não precisas de partir,
Nem eu de me ir embora,
Para a saudade sentir.
Porque ela no meu peito mora.

Não se mede como o tempo,
Ou quando um de nós demora.
A saudade é o sentimento,
Que eu sinto a toda a hora.

A vida são apenas instantes,
Que nao devemos desperdiçar,
Parecemos seres itenerantes,
Em busca de nos encontrar.

A quem lê...

Não me chamem de poeta,
Nem tão pouco pensador.
Sem definição completa...
Serei talvez sonhador.

Gosto das palavras pegar,
D'um jeito por vezes rude,
Deixá-las a pairar no ar,
Perceber, a sua magnitude.

Algumas são traiçoeiras...
Dessas palavras que uso,
Todas elas são verdadeiras,
Até as que me põem confuso.

Se a palavra sai do meu punho,
De um "eu", que cá dentro mora,
Pode até ser um gatafunho,
Mas nunca é uma impostora.

Importante é nao asfixiar,
Nada do que eu possa sentir.
E contigo poder partilhar,
Lágrimas e vontade de rir.

As palavras ficam escritas,
Para aqueles que podem ler.
Adivinhar por quem são ditas,
De pouco vos importa saber.

São os dias todos diferentes,
E assim tambem a minha alma,
Por instantes, mais eloquente,
Outros, adormecida e calma.

Cabe-me então a mim escolher,
Se usarei gozo ou sofrimento.
Para as palavras que escrever,
Sejam de dor, ou contentamento.

E a ti que as sabes ler,
Procura também as sentir,
Só assim as vais perceber,
E meus escritos discernir.

Caminho

Foram miragens,
Campos verdejantes,
Flores de rara beleza.
E as viagens,
Plenas de instantes,
Que trouxeram riqueza.
As paisagens,
Os amantes,
Nus como a natureza.
São passagens,
De tempos distantes,
A amar com certeza.

São tantas as palavras

São tantas as palavras
que tenho para te dizer.
Tantos os sonhos que...
quero continuar a sonhar.
São tantos os momentos,
Que contigo quero viver.
E em todos eles...
Te continuar a amar.

Mas por mais estranho...
Que a alguns possa parecer,
Não é nos sonhos que tenho,
Ou nos versos que possa fazer,
Que este amor se escreve,
Ou se dá a conhecer.

Nao há rimas nem palavras,
Para nosso amor descrever.
São anos, muitos momentos,
Que só juntos soubemos viver.

São instantes... uma vida,
Amor feito de e com paixão,
Sempre pelos dois sentida,
Com loucura, mas com razão.

Há coisas que...

Há coisas que...
gosto de ter todos os dias.
Não é só comer e dormir,
acordar, escrever e sonhar.
Mas o que estou a sentir,
que me faz querer acordar.

Há coisas que...
me acontecem todos os dias.
Coisas que gosto realmente,
como ter-te aqui ao meu lado,
viver contigo intensamente.
Viver cada dia apaixonado.

Há coisas que...
se renovam todos os dias.
Como nosso amor de verdade,
Há 23 anos por nós inventado,
Vivido sempre em cumplicidade
e a cada novo dia renovado.