Osmose

Ouvia-te calma a respirar.
Deitado na cama sem dormir
Imóvel para não te acordar
O calor do teu corpo a sentir

Mas o sono não chegava
O desejo cada vez maior
O teu corpo quente… ajudava
Sentia-me cada vez pior.

Olhava e tentava no escuro
Tirar tais ideias da mente
Mas estava a ser muito duro
Queria amar-te intensamente

Então ao mudar de posição
Apesar de todo o meu cuidado
Senti-te alterar a respiração
E virares-te para o meu lado

As nossas pernas se tocaram.
Perguntaste se eu dormia
Nossos corpos se encostaram
Sentimos que o desejo fluía

Beijámo-nos suavemente
Depois com sofreguidão
Envolvemo-nos avidamente
Loucos famintos de paixão

Já nada havia a fazer
Só o desejo mandava
Já só importa o prazer
Que cada de nós alcançava

Fazer amor sem limite
Amor e sexo à mistura
Saciar este apetite
De prazer e de loucura

Os nossos corpos unidos
Sem procurar posição
Escorregadios e húmidos
Cheiros a transpiração

Sem perceber fomos traídos
Por esta crescente osmose
Que nos deixa por fim caídos
Quase mortos por overdose

Nem o tempo que passou
Sentimos na realidade
Mas o sabor que ficou
Sacia a nossa ansiedade

É este para nós o renascer,
Sempre de um mdo especial.
Amar assim até morrer
Cada orgasmo "un grand-final".

2 comentários:

  1. Excelente expressão, poeta amigo ! Meu carinho.

    ResponderEliminar
  2. Quando há tempo saiem mais palavras... :)
    Obrigado Cria.
    Votos de uma quarta-feira feliz.
    Bj

    ResponderEliminar