…Uma rosa

Ele olhou aquela rosa ali pousada,
Naquele banco de jardim sem ninguém.
Levantou o olhar e mais á frente,
Viu-a soluçar amargurada.
Por entre canteiros mortos mais além,
Um homem ia apressado e indiferente,
Deixando-a á sua sorte abandonada.

No céu, nuvens revoltas escurecem
Partilhando com ela a sua dor.
Na sua frente cai prostrada a ilusão.
Dentro dela, ruindo, desvanecem
Juras, promessas e sonhos de amor
Que agora ferem fundo seu coração
Como lanças de gelo o arrefecem.

Como poderia ele fingir que nada viu?
Deixá-la ali sozinha no seu pranto?
Vê-la ali triste só e magoada,
Fazer de conta que nada sentiu,
Não notar sequer o seu encanto?
Pegou então aquela rosa ali pousada
Colocou-a na mão dela e sorriu.

Dali p'ra frente não mais andou sozinho
E finalmente ela encontrou o seu amor.
Sentiam que juntos se completavam
E viviam um para o outro com carinho.
Pintando o seu mundo com muita cor
Mostrando ao mundo que se amavam
Que só lado a lado fariam este caminho

Sem comentários:

Enviar um comentário