Poema que não lês

Que dor amarga tenho eu
Que por entre lágrimas escrevi
Este poema que não lês.

Como carta se perdeu
Da minh'alma para ti
E que finges que não vês

No meio do teu desatino
Nem tão pouco te interessa
Que meus versos tenham destino

Fechas-me o teu coração
Bato em porta fechada
Como bandido sem perdão

Não me importa a frustração
Que causa tua boca calada
Á minha maltratada paixão

Mais vale de longe te ver
Talvez com outro, a sorrir
E a verdade já conhecer

Que uma vida a te querer
O teu perdão a pedir
E jamais o vir a ter

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