Soltam-se gemidos...

O Sol penetra a manhã escura.
Com ele, desperta o desejo.
A boca sente a secura
e os lábios… o primeiro beijo.
Entre gestos e sinais,
de um ritual repetido,
esta manhã, traz algo mais…
traz um desejo contido.
Quando um corpo estremece,
se o outro sente roçar…
então o amor acontece,
não dá mais para adiar.
Lá fora, acorda o dia,
inundado de luz e ruídos.
Cá dentro, com alegria,
de prazer, soltam-se gemidos.

Não precisas falar...

Não precisas de falar,
para que te possa ouvir.

O que me queres dizer,
eu sinto...
no silêncio do teu olhar.

Teus lábios que amo beijar,
Abre-os apenas para sorrir.

Não tens que os mexer,
eu sinto...
as palavras no teu olhar.

Quero sonhar

Queria todo o tempo do mundo,
para parar, sentir e sonhar.
Entrar em mim e lá do fundo,
minhas palavras poder soltar.

Não são as palavras que faltam,
nem um coração onde as plantar.
São intrusos que me assaltam,
me ocupam e impedem de sonhar.

Levam-me sonho e fantasia,
querem a minha imaginação,
como se eu não sentisse dor.

Mas não impedem a poesia,
que me inunda o coração,
que só tu enches de amor.

Na lembrança...

Dou-te um abraço,
prolongo um beijo,
enrolados os dois.
Pões um ar devasso,
nos teus olhos vejo,
brilham dois sóis.
Procuro teu regaço,
aumenta meu desejo,
nos ama-mos depois.